A DESPERSONALIZAÇÃO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS

UM RELATO DE ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR

Autores

  • Ana Luiza Correia da Luz Centro Universitário Integrado
  • Sandra Garcia Neves Universidade Estadual do Paraná
  • Letícia Carla dos Santos Centro Universitário Integrado
  • Kauani da Silva Martineli Centro Universitário Integrado

DOI:

https://doi.org/10.55811/integrar/livros/4362

Palavras-chave:

Despersonalização do paciente, Processo saúde-doença, Psicologia Hospitalar

Resumo

Introdução: Neste relato de experiência abordamos os impactos que o fenômeno da despersonalização tem sobre o processo de saúde-doença de pacientes hospitalizados. Para isso consideramos o processo de atuação de bolsistas no âmbito de um projeto de extensão em Pedagogia e Psicologia Hospitalar financiado pelo Governo do Estado e desenvolvido em uma Santa Casa de Misericórdia em um município do interior do Paraná. O objetivo geral do projeto é realizar atendimento pedagógico e psicológico direcionado às crianças e aos adolescentes com práticas que objetivem a promoção da saúde, do desenvolvimento cognitivo, sócio afetivo e emocional. Na área da Psicologia para o desenvolvimento do projeto, e, portanto, na atuação de estudantes/bolsistas em ambiente hospitalar, foram e são realizados estudos em grupo, supervisão referente a atuação junto a bebês recém-nascidos, crianças, adolescentes, mães de recém-nascidos e outros familiares e/ou responsáveis atendidos na Pediatria do hospital. Inúmeras são as problemáticas identificadas no ambiente hospitalar, tanto referentes ao atendimento quanto à integração da equipe hospitalar nas temáticas relativas ao processo saúde-doença de pacientes hospitalizados, dentre elas, será abordado o fenômeno da despersonalização, onde o paciente é reduzido a sua patologia, tratado como um número de leito e deixa de ser compreendido como um sujeito bio-psico-social. Percebe-se que esta postura da equipe hospitalar afeta em como o paciente encara seu processo de reabilitação de saúde e a hospitalização. Objetivo: Nosso objetivo com esse estudo e relato de experiência é destacarmos a relevância da atuação de estudantes e profissionais da área da Psicologia Hospitalar na escuta psicológica, no manejo e nas intervenções junto aos pacientes, às suas famílias e a equipe de saúde. Em todo o processo almejamos a cura no âmbito orgânico, psíquico e emocional relacionados ao processo de adoecimento, e consequentemente, de hospitalização e de tratamento, pois entende-se que o adoecer é repleto de subjetividade. Material e Método: No desenvolvimento do projeto realizamos estudos bibliográficos de caso em grupo. Especificamente neste trabalho divulgamos o relato de experiência do projeto que desenvolvemos em uma Santa Casa. Os sujeitos envolvidos são os/as pacientes hospitalizados, as bolsistas, as famílias dos/as pacientes e a equipe multiprofissional de saúde do hospital. Especificamente relatamos nossas perspectivas sobre o processo saúde-doença e delimitamos a análise e discussão sobre nossa percepção acerca do fenômeno da despersonalização de pacientes hospitalizados. Resultados: Do início da efetivação do projeto, de junho de 2023 a fevereiro de 2024, foram, aproximadamente, sessenta atendimentos a mães de recém-nascidos e noventa atendimentos de crianças e adolescentes hospitalizados. Tais atendimentos são realizados na Pediatria do hospital, especificamente, ao lado dos leitos hospitalares utilizando de recursos lúdicos nas intervenções com crianças e adolescentes e, anamnese e acolhimento psicológico para mães de recém-nascidos. Como resultados de nossa análise, advindas de nossos estudos, supervisões e estudos de caso, percebemos que, muitas vezes, ou seja, quase diariamente, as/os pacientes e seus responsáveis não são identificados como sujeitos singulares e têm, portanto, suas especificidades e subjetividades, ignoradas ou desconsideradas por algum integrante da equipe hospitalar, sem sequer chamados por seus nomes. Conclusão: Por meio da atuação na Pediatria na Santa Casa junto a pacientes hospitalizados, nosso manejo resume-se a nossa apresentação e do projeto; estabelecimento de vínculo; escuta psicológica; efetivação de atenção biopsíquica necessárias a criação de um espaço de produção e de promoção de saúde de forma humanizada em consideração os aspectos subjetivos do paciente sem reduzi-lo a sua patologia.

Biografia do Autor

Sandra Garcia Neves , Universidade Estadual do Paraná

Sandra Garcia Neves
Doutorado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialização em Neurociências aplicadas – ênfase em aprendizagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Graduação em Pedagogia pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM). Professora na Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), Campus de Campo Mourão.

Letícia Carla dos Santos , Centro Universitário Integrado

Acadêmica de Psicologia

Kauani da Silva Martineli , Centro Universitário Integrado

Acadêmica de Psicologia

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Publicado

2024-07-15

Como Citar

Correia da Luz, A. L., Garcia Neves , S. ., Carla dos Santos , L. ., & da Silva Martineli , K. . (2024). A DESPERSONALIZAÇÃO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS: UM RELATO DE ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR. Livros Da Editora Integrar, 32–39. https://doi.org/10.55811/integrar/livros/4362

Edição

Seção

II Saúde Pública: princípios e práticas