NUANCES E SUTILEZAS DA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA EM RELAÇÕES PROFISSIONAIS/USUÁRIOS NOS DISPOSITIVOS DE SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA

Resumo

A Reforma Psiquiátrica brasileira eclode num campo exitoso de luta pelos direitos de cidadania, de interrogação da relação entre Estado e sociedade e avança em todo o território nacional e nos diversos âmbitos que conformam suas múltiplas facetas. O estudo tem como objetivo identificar as práticas de violência psicológica nas relações entre profissionais de saúde e pacientes/usuários nas instituições de saúde públicas e privadas. Estudo com delineamento exploratório com abordagem mista. A técnica metodológica usada para a coleta de dados foi a Snowball Bola de Neve e os instrumentos foram dois questionários, um para os profissionais de saúde e outro aos usuários/pacientes, criando um banco para a organização no programa Microsoft Office Excel 2010 e o Statistical Package for Social Sciences (Versão16.0). Quanto aos dados qualitativos, foi utilizada a Análise Temática de Bardin e criadas três categorias temáticas. Participaram do estudo 105 profissionais da área de saúde e 18 profissionais com faixa etária predominante entre 26 e 63 anos. Dentre os participantes da pesquisa, 88,9% do sexo feminino e 11,1% do sexo masculino. Com relação ao estado civil, casado 61,1%; solteiro 16,7%; união estável 11,1%; divorciado 11,1%. Dos profissionais de saúde, 66,7% exercem sua profissão em instituições privadas e 33,3% em instituições públicas. Portanto, de acordo com o estudo, mais da metade dos usuários do sistema de saúde (56,7%) sofre violência psicológica (tristeza, insegurança, medo, injustiça, raiva, indignação, ansiedade e outros). Isso pode decorrer pelo processo da rotina e sobrecarga dos profissionais, que acabam prejudicando a qualidade e a humanidade do atendimento dos usuários. Mesmo após 19 anos de Política Nacional de Humanização do SUS, vemos o descaso, provando que leis não necessariamente conseguem contornar certos problemas intrínsecos no sistema de saúde.