EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PARQUES URBANOS NA REGIÃO NOROESTE DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (SP) PELA ATUAÇÃO CIVIL DO “BIODIVERSIDADE NOROESTE SP”
DOI:
https://doi.org/10.55811/integrar/livros/3781Palavras-chave:
Biodiversidade, Educação Ambiental, Gestão Ambiental, Parques Urbanos, Zona Noroeste de São PauloResumo
Introdução: Uma das regiões do município de São Paulo (SP) que desponta frente aos enormes desafios no alcance de um desenvolvimento urbano sustentável, principalmente na preservação de sua biodiversidade é a zona Noroeste, que se localiza nos limites administrativos das subprefeituras Pirituba/Jaraguá e Perus/Anhanguera. A região abriga bens do patrimônio histórico, cultural e ambiental paulista, sendo reconhecido como um Território de Interesse da Cultura e da Paisagem (TICP). Neste sentido, uma ampla rede de educação ambiental nesse território se torna fundamental para a sensibilização ambiental da população. Um dos espaços públicos de grande relevância para a qualidade de vida urbana e conscientização sobre a preservação ambiental com grande potencialidade para o desenvolvimento de atividades educativas são os parques urbanos. Com a criação da Lei N0 9.985 (SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação), o parque urbano, para além da função de lazer, assume o conceito de preservação da biodiversidade para o bem coletivo, passando a ser o locus da preservação ambiental. A zona Noroeste do município de SP possui muitos parques urbanos, com especial destaque para o Parque Estadual do Jaraguá e o Parque Anhanguera, que podem ser espaços estratégicos na promoção de atividades educacionais. Embora haja essa grande oferta de parques urbanos para os residentes, o perfil predominante do uso desses espaços está geralmente restrito a atividades de lazer, esportivas e contemplativas, com pouca promoção de atividades de educação ambiental, que são ofertadas de maneira esporádica e descontínua. Algumas das deficiências das gestões ambientais de parques urbanos é justamente a inexistência de projetos de educação ambiental devido a falta de recursos, equipe técnica qualificada e medidas de caráter participativo na gestão das ações políticas. Uma das questões mais desafiadoras é o estabelecimento de uma governança participativa entre os diferentes atores sociais, buscando a efetivação da participação local, elemento esse que representa a democratização das ações de gestão ambiental dos parques urbanos. Todos esses desafios apontados estão presentes nos parques urbanos da zona Noroeste de SP, e procurando atuar nesse sentido por meio de uma iniciativa civil, chamada “Biodiversidade Noroeste SP”, proposta de divulgação e educação ambiental sobre biodiversidade, vem estabelecendo parcerias para a organização e promoção de ações de educação ambiental junto a gestão dos parques locais, poder público, outras entidades ambientais e atores sociais, constituindo-se em um instrumento que contribui na construção de valores e de condutas favoráveis à conservação e conhecimento sobre a questão ambiental do território. Objetivo: esse trabalho tem como objetivo relatar as ações de educação ambiental em parques urbanos da zona Noroeste de SP com foco em sua biodiversidade, que vem sendo realizadas pela iniciativa civil do “Biodiversidade Noroeste SP”, e como estas vem se constituindo em uma experiência de participação social local. Material e Método: a atuação do Biodiversidade Noroeste SP junto aos parques urbanos da região vem sendo realizada de duas formas: visitas de campo regulares e trilhas de interpretação de flora e fauna para o público em parceria com a gestão dos parques, nas quais são produzidos registros fotográficos e vídeos da biodiversidade local que são compartilhados regularmente em duas redes sociais, uma no Facebook e outra no Instagram (@biodiversidadenoroestesp), formando uma rede de comunicação com o território. Para compor um banco de dados local que contribui com uma iniciativa de ciência cidadã e fonte de pesquisas foi criado um projeto para o Biodiversidade Noroeste SP na plataforma iNaturalist. Resultados: desde sua criação a iniciativa têm tido a oportunidade, por meio de parcerias junto à gestão dos parques locais de participar na organização, promoção e divulgação de ações e eventos pelo território. Foram realizadas três trilhas ecológicas de interpretação de fauna e flora em três parques da região: Parque Estadual do Jaraguá, Parque Anhanguera e Parque Cidade de Toronto. As vivências nas trilhas se mostraram práticas pedagógicas que se conectam com a educação ambiental permitindo aos participantes adquirirem conhecimentos sobre a flora e a fauna dos parques. Essas atividades em conjunto com as visitas de campo estão possibilitando a produção de registros da biodiversidade do município que formam um banco de dados que fomenta a produção dos conteúdos educacionais das redes sociais e do projeto de ciência cidadã do iNaturalist, o que demonstra a importância dos parques urbanos para o desenvolvimento de atividades de educação, pesquisas e estímulo da participação social em suas gestões. Conclusão: A atuação civil da iniciativa “Biodiversidade Noroeste SP” tem se mostrado oportuna ferramenta para a efetivação de uma cultura de participação social junto à gestão dos parques urbanos locais constituindo-se em uma prática pedagógica promotora da educação ambiental de um importante território do município de SP.